Arte 57 + Casanova
O objeto central da Exposição “Arte 57 | Foto + CASANOVA” é a fotografia. Nosso ponto de partida são
os possíveis encontros entre as obras de artistas que trabalham em ambos os espaços, gerando relações e diálogos induzidos pela proposta de repensar a fotografia fine arts produzida hoje. Buscamos caminhos em que as obras de artistas de diferentes gerações e países convivam em um mesmo espaço expositivo, por meio das possibilidades temáticas, como a fotografia na paisagem, no retrato, no tempo, na ficção, e como ferramenta política. Um exemplo são as imagens de Douglas Gordon, Gilvan Barreto, Michael Wesely e Rosângela Rennó.
Na fotografia “Sem título (old nazis-ta)”, 2000, da série vermelha a artista ressignifica imagens de arquivos, criando outra narrativa; ao lado, o Alemão Michael Wesely expõe “Vale do Anhangabaú. 19.18 – 20.07 Uhr, 11.8.2017”, em que utiliza uma câmera com longa exposição para documentar as manifestações que ocorreram durante o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. O uso da potência estética da imagem como discurso político também se encontra nos trabalhos “Postcards from Brazil”, 2017, de Gilvan Bar-reto, que exemplifica diferentes formas de tortura utilizadas durante a ditadura militar brasileira, e “Croque Mort”, 2000, de Douglas
Gordon, expressão empregada por agentes funerários e em rituais para conferir se o defunto está vivo. A paisagem é uma das outras vertentes da mostra, representada nas obras de Claudia Jaguaribe e Claudio Edinger. A primeira expõe “Horror Vacui”, 2017, um backlight vermelho disposto no chão da galeria composto por um pot-pourri de imagens de paisagens noturnas de Beijing, mostrando uma China contemporânea e tradicional. Em “Vista Chinesa”, 2001, Claudio Edinger retrata a paisagem carioca, fotografada com uma câmera analógica de grande formato, a partir do mirante que leva o mesmo nome, com a marca tradicional de Edinger: o foco seletivo. Guilherme Ghisoni e Renata Padovan mostram a imprevisibilidade do tempo. Em “Um dia depois do outro”, 2013, a artista registra o nascer e o pôr do sol em um lago na Finlândia durante uma residência em 2012, e capta situações randômicas que acontecem na paisagem. Já Ghisoni, na série “O mundo é independente da minha vontade”, 2015, desenvolve um sistema aleatório para trabalhar com técnicas fotográficas como sombra, luz e cor, criando resultados visuais atemporais. Abelardo Morell, Alice Quaresma e Lina Kim criam ficções por meio de composições cenográficas e situações premeditadas, desenvolvendo novas narrativas. Ao encontro, Betina Samaia, Gustavo Lacerda e Gian Spina usam do retrato para aludir a personagens e momentos criados dentro da ótica de uma realidade inventada.